Paz na Comunidade

11/02/2019

Tenho me deparado com muitas dores entre famílias nas comunidades. Famílias que se afastam do convívio comunitário por ter ouvido falar que outra família teria feito um comentário do qual não gostaram; por terem tido uma discussão no tempo das campanhas eleitorais; por terem se desentendido com irmãos em questão de herança; e até famílias que migraram de confissão religiosa por uma dívida financeira que tinham com uma outra família da comunidade e foram cobrados. Entre outras histórias de sofrimento que levam as pessoas a não querer sentar no mesmo espaço, no caso a igreja, com outra pessoa ou família.

Dentre estas há famílias que gostariam de retornar ao convívio comunitário, mas não conseguem forças para enfrentar o que um dia as afastou. E na comunidade há resistência em aceita-las de volta tecendo comentários e julgamentos nada convenientes.

Essas histórias sofridas me fazem lembrar a parábola do filho pródigo (cf. Lucas 15.11-32). Os dois filhos foram afastados por questões da sociedade da época, especificamente pela lei da herança na qual só tinha direito à casa do pai o filho mais velho. O filho que precisou sair de casa não encontrou seu espaço longe da casa do pai. Ele até achou que conseguiria. Pegou tudo que era seu e saiu com decisão. Mas não deu certo. Seus planos frustraram e teve que enfrentar o que deixou para traz vestindo-se de humildade. Reconheceu seu erro, voltou e pediu perdão. Por outro lado, o filho que pôde ficar na casa do pai sentiu seus direitos feridos. Irritou-se com a volta do irmão. Incomodou-se com o pai. Quem queria ficar fora da casa agora era ele. Mas o pai insiste: “... tudo o que é meu é seu” (v.31), e convida para festejar juntos o retorno do irmão, a ‘re-união’ da família.

Quem somo nós nessa história? Quem sou eu? Quem é você? Como essa parábola de Jesus nos ajuda a superar essas dores na comunidade?

Perceba a ação do pai da parábola. O pai aparece no acolhimento. Certamente ele esperava o retorno do filho. Ele o vê de longe, como que buscando o filho pelo olhar ao horizonte. O pai não questiona, não resiste, não julga. Ele sabe que a vida longe de casa não é fácil. O pai vai buscar, abraça e reintroduz o afastado na casa. Diante da resistência do filho mais velho, o pai convida à alegria de poder compartilhar. Para que este também se vista de humildade e acolha o irmão perdoando.

Se tua família, ou você pessoalmente, está afastada do convívio da comunidade, saiba que Deus está a olhar para o horizonte esperando tua decisão para voltar.

Se sua família, ou você pessoalmente, está envolvida no afastamento de alguém do convívio da comunidade, ouça a voz de Deus que te chama a entrar na mesma casa e conviver com teu irmão, com tua irmã em Cristo.

O anúncio do pai - “tudo o que é meu é seu” - nos leva a aceitar o outro sem impor condições ou tecer juízos. O filho que é “meu”, é “seu” irmão. A família que é de Deus, é família da comunidade assim como a qual eu pertenço. Jesus convida para abrirmos mão do orgulho, da vaidade, do juízo e nos vestir de humildade, compaixão, alegria de vida. Jesus nos chama a viver a paz na prática do amor ao próximo. Não importa de que lado da história você está, é imprescindível amar de fato e verdade, em palavras e atitudes.

Famílias que celebram a paz em convívio de humildade e perdão mútuo, constituem uma comunidade de paz e harmonia.

Alegrem-se, tudo que é do Pai é do Filho. Amém.
 


Autor(a): Pastora Clarise Ilaine Wagner Holzschuh
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 15 / Versículo Inicial: 11 / Versículo Final: 32
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 50934
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Há algo muito vivo, atuante, efetivo e poderoso na fé, a ponto de não ser possível que ela cesse de praticar o bem. Ela também não pergunta se há boas ações a fazer e, sim, antes que surja a pergunta, ela já as realizou e sempre está a realizar.
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