36º Acampamento Repartir Juntos

Igreja, Economia e Política - Queremos Paz

02/03/2019

36º ARJ (1)
36º ARJ (2)
36º ARJ (3)
36º ARJ (4)
36º ARJ (5)
36º ARJ (6)
36º ARJ (7)
36º ARJ (8)
36º ARJ (9)
36º ARJ (10)
36º ARJ (11)
36º ARJ (12)
36º ARJ (13)
36º ARJ (14)
DSC03128
Gincana
Jovens na plenária
Oficina da Logo do ARJ - premiação
Plenária
1 | 1
Ampliar

Vinte e oito anos após a realização da décima primeira edição do ARJ, que aconteceu em Barra do Sarandi, em Aratiba-RS, na Paróquia de Erechim, tive a oportunidade de voltar àquela comunidade; agora não mais como um jovem entre os jovens, mas como pastor ordenado. Lembro que naquela época a comunidade estava se despedindo do “matinho”, lugar em que o acampamento aconteceu. Aquele povo teve que deixar para trás a Igreja, o clube, o cemitério e toda uma vila. Tudo foi relocado, pois seria inundado pelas águas. Naquela oportunidade o pessoal da Comissão Regional dos Atingidos pelas Barragens - CRAB - nos falou de sua luta, do sofrimento do povo e de como eram conflituosas as negociações com a Eletrosul. Percebemos que não havia limites para a ganância do progresso, que se impunha à vida d@s atingid@s.

Agora, na trigésima sexta edição do ARJ, vimos essa história ser contada em testemunhos, lamentos, denúncias num misto de saudade e resistência. Mas, sobretudo numa alegria contagiante. Alegria por sediar novamente o ARJ, que foi um marco alentador para uma igreja que se importava com a vida dos seus. Alegria por receber jovens que continuam sonhando com a justiça e paz se beijando, assim como nos relata o Salmo 25. Graças à resistência do Movimento dos Atingidos pelas Barragens, as indenizações se tornaram uma realidade. A luta foi uma referência para os procedimentos nas futuras indenizações de outras barragens que viriam. Valeu à pena?!? Uma vila toda foi re-locada, vidas foram fragmentadas, o povo foi espalhado, a comunidade foi esfacelada. Apesar de terem algo do patrimônio indenizado, histórias ficaram submersas, não apenas na memória, mas literalmente em baixo das águas.

Então nos perguntamos no ARJ sobre o que é a paz? Pode haver paz sem justiça? Claro que não! E se a justiça é conquistada na luta, então não há paz sem luta pela paz! Porque Paz não é passividade. Assim, com o testemunho daquele povo, iniciamos o 36º ARJ. Participaram conosco 170 jovens dos três sínodos: Uruguai, Noroeste Rio-Grandense e Planalto Rio-Grandense. A paz que espalhamos não foi aquela de um mero sentimento ou desejo, foi gesto concreto. Construído ao longo dos três dias em que estivemos reunidos. Nos gestos da comunidade e paróquia que nos acolheu, nas palestras e nas oficinas que tematizaram a construção de um mundo de paz sob diversos aspectos. Na convivência entre os jovens, nas dinâmicas e nas brincadeiras. Ah, sim teve o tradicional bailinho que foi bom demais, divertimento saudável entre pessoas de fé que se respeitam. E principalmente, tivemos na ênfase bíblica, com gincanas e exposições, o auge de nosso acampamento.

Quem fez esse acampamento ser especial foram @s jovens. O que tocou a todos foi a integração e a interação entre @s participantes. Este sempre foi o espírito do nosso acampamento: Repartir Juntos. Levamos para o ARJ e de lá trouxemos um pouco do que somos: parte de uma Igreja que não está fora do mundo. Porém, não age conforme a lógica deste mundo. Somos uma Igreja jovem que perpassa os tempos se importando com os mais fragilizados, que promove o diálogo, que acolhe, que inclui e se insere na luta por um mundo melhor; mais justo e bom para todos. Uma Igreja que se envolve e promove a verdadeira paz: a paz que Cristo nos dá! Porque no coração do Reino de Deus cabemos tod@s nós e em nosso coração cabem aquel@s a quem Deus coloca em nosso caminho; especialmente @s que são colocados à margem da sociedade! E é por isso que gritamos bem alto: queremos paz! É por isso que não negamos a luta, pois a luta pela paz também traz a cruz! Esse é o nosso testemunho. É isso que nos faz ser Juventude Evangélica através dos tempos. Pois, Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre! (Cf Hebreus 13.7,8ss)

E por fim, não há como nominar alguém em especial, tod@s foram importantes para o sucesso do acampamento. E sempre corremos o risco de esquecer alguém. Contudo, não podemos deixar de lembrar com carinho a todos da Paróquia Evangélica de Erechim, da Comunidade de Barra do Sarandi, Aratiba e as pastoras Ettiene e Alice. Vocês tocaram nossos corações, cercando-nos de um cuidado carinhoso. O mesmo cuidado de 28 anos atrás... e isto precisa ser testemunhado: esta Igreja continua jovem. Jovem que não se esquece dos seus ideais de justiça, dos seus membros e jamais nega a fé em Cristo Jesus; que nos deixou a sua paz! Paz não como o mundo a dá! (Cf. João 14.27)

Valeu jovens, até o próximo Acampamento Repartir Juntos em Buriti - RS, no Sínodo Noroeste Rio-Grandense! Fiquem com as palavras do cartaz que vos acolheu na entrada do pavilhão de Barra do Sarandi: “Paz seja convosco”. 2020 nos encontramos no 37º ARJ.

Pastor Marcos Cesar Sander
Pela Coordenação do 36º ARJ
 


Autor(a): Pastor Marcos Cesar Sander
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Área: Missão / Nível: Missão - Jovens
ID: 51205
COMUNICAÇÃO
+
Crer significa fixar o olhar firme e continuamente em Cristo.
Martim Lutero
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br